quinta-feira, 31 de março de 2011

47 ANOS DO GOLPE MILITAR NO BRASIL

                                      General Figueiredo, um dos presidentes militares

31 de março 

generais invadem
as ruas de minha infância
num único golpe.

(Ricardo Mainieri)


Há 47 anos, no dia 31 de março de 1964, ocorreu o golpe militar no Brasil. Ali,  com o nosso país sob o jugo político dos militares, o povo brasileiro amargou  - entre os anos de 1964 e 1985 - um período de agruras e restrições: um tempo de ditadura militar.

No início dos anos sessenta, as lutas dos operários chegaram em seu auge com o Comando Geral dos Trabalhadores (CTG): este, ao conclamar seus pares à luta, em 1963, levou cerca de 700 mil trabalhadores  às ruas para pedir a unificação da data-base dos acordos salariais. Era uma época de muitas greves, comandadas por pessoas que protestavam contra a contenção salarial com o intuito de  reduzir a taxa inflacionária.
João Goulart (Jango - acima com Brizola), presidente do Brasil entre 1961 e 1964, tinha a pretensão de resolver esses problemas com as Reformas de Base. Uma das reformas seria a agrária, que, segundo ele, contribuiria para a expansão do mercado interno e para o desenvolvimento do país. Outras medidas seriam a elevação do salário mínimo no campo e a redistribuição de renda.


Havia, dentre outras questões, o temor das classes conservadoras de que o Brasil se tornasse comunista, pois as camadas populares ganharam mais espaço político no governo de João Goulart. Os partidos da oposição – a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático – acusavam o presidente de planejar um golpe de esquerda e de ser o responsável pelos problemas que os brasileiros enfrentavam na época. Os Estados Unidos também tinham esse temor e acabaram apoiando o golpe militar.
Assim, após o golpe, entre os anos de 1964 e 1985,  a república militar governou o Brasil o que se caracterizou pela concentração do poder nas mãos do Executivo, pelo controle dos partidos e dos sindicatos, pela censura dos meios de comunicação, supressão de direitos constitucionais, perseguição política e repressão àqueles que eram opostos ao regime militar. 
De muitos modos ocorria a resistência ao poder militar, desde os primeiros  momentos do golpe: artistas de diversas áreas e músicos usavam metáforas para mandar mensagens ao público e, por conta disso, muitos foram presos, torturados, exilados. O MDB atuava em conjunto com partidos clandestinos, como o Partido Comunista do Brasil (PC do B) e o Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), entre outros.


Muitas pessoas pagaram com a própria vida o preço da luta contra o regime opressor. Foram mutilados,torturados, assassinados, anunciados como suicidas e muitos tiveram seus nomes nos registros de desaparecidos.
Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresentava vários problemas:  a lliberdade ainda era pequena, a inflação era alta e a recessão também. Enquanto isso, a oposição ganhava terreno com o surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos.
Em 1984, políticos de oposição, os artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros participaram do movimento das Diretas Já e a abertura para  tempos de redemocratização política começou a se consolidar.


Não dá para esquecer as agruras e o retrocesso político/humanístico que o povo brasileiro sofreu! Até por isso, a luta pelo ideal democrático deve estar sempre presente nas consciências e nas vidas de todos os que acreditam que os dias melhores do futuro se constróem é no presente!   

Leia também: http://www.vestibular.com.br/atualidade/o-golpe-militar-de-aa964-causas-e-consequencias

Um comentário:

  1. Muito boa reflexão, mãe! Eu não vivi nesse tempo, mas faço idéia como era difícil e como marcou as pessoas... Adorei sua homenagem!

    ResponderExcluir